Sei que dizer que nem gosto tanto assim de Friends é o equivalente a dizer que nem gosto tanto assim de chocolate. Só assisto a alguns episódios esporádicos quando pego na Warner e não faço questão de fazer maratonas para ficar a par de tudo que aconteceu com Rachel, Chandler e cia (apesar de já ter tentado). Além disso, ainda tenho um lugar especial no meu coração para How I Met Your Mother. Não sei quantas vezes já ouvi, em tom de indignação, “Como é que você gosta de HIMYM e não ama Friends???”. E tomando as sábias palavras de Chicó, “Não sei, só sei que foi assim”.

Na fatídica época da greve dos roteiristas, em 2008, eu tinha tempo de sobra e episódios de menos, o que fez com que eu buscasse novas séries, assistisse as três temporadas de HIMYM exibidas até então e fosse acompanhar com prazer os seis anos seguintes da história de como Ted conheceu a futura mãe de seus filhos. Até que esse caso chegou ao final.
Dizer que a Season Finale de How I Met Your Mother, exibida em março deste ano, me deixou irritada é pouco. Pouquíssimo! Porque naquele momento eu não queria considerar a trajetória, queria era que os últimos 40 minutos da história fossem finalmente a glória da Mãe e do Ted, para atender à expectativa criada durante todas essas temporadas, permeada por muitos desencontros, desamores e pelo constante guarda-chuva amarelo. Quebraram toda essa expectativa de um modo que, em meio a toda minha indignação, não foi nem de perto tão emocionante quanto vários outros momentos que a série soube criar muito bem antes.
No fim das contas, é como termina que se conta, mas nesse caso, passado o choque inicial, levei quase completamente numa boa o fato de que mesmo com todos os motivos para ficar com muita raiva desse final, não dava para negar que foram nove ótimos anos de Lily, Marshall, Ted, Robin e Barney. Cheios de altos e baixos, mas ainda assim nove ótimos anos. Minha vontade era de pegar uma borracha mental e reescrever os últimos 40 minutos, mas ah, a saudade já era maior.

Então surge a notícia de que o box da nona temporada traria um final alternativo. E eis que esse final vaza na internet no último fim de semana. Ele contém toda a fofice que eu podia imaginar e mais. Mas depois de ter assistido e sofrido com o final oficial, o alternativo acabou sendo fofo e “só”. Sem adicionar dramaticidade, sem reviravoltas, sem novos elementos… nada. Só a conveniência do que já era esperado.
Agora consigo entender a escolha de Craig Thomas e sua equipe ao darem o O.K. para o final que não atendia às expectativas. Aposto que não foi uma escolha fácil – e quais na vida são? Mas, por mais difíceis que sejam, quando a gente toma a decisão certa, uma hora deixamos de remoer os “e se” e passamos a entender um pouquinho o sentido de tudo. Depois dessa longa jornada, fica meu agradecimento à CBS e a todos os envolvidos! Obrigada pelos mais de 200 episódios e por me lembrarem de que não tem nada de errado em quebrar o padrão, e que às vezes o melhor da vida é o inesperado.